quarta-feira, 4 de novembro de 2015

É preciso desaprender muita coisa


As leituras de hoje nos remetem à oportunidade de "filosofar" sobre a vida humana e suas dificuldades. E por quê não conseguimos sair delas.

É lógico que as realidades das pessoas são muito distintas. A cada um está ligada uma linha do tempo construída por uma quantidade de gerações diferentes, heranças genéticas, espirituais, culturais e materiais muito diferentes e, portanto o tempo presente de cada é muito diferente um do outro.

A tentativa de convivência dessa mistura de realidades é que cria, no âmago das questões, a maioria das dificuldades e sofrimentos que vivemos e muitas vezes não conseguimos sair deles. E o pivô de tudo é único: o egoísmo. Todos, sem exceção, são criados, orientados e herdam o sentimento e a missão de sobreviver. Estratégias, alertas, observações são feitas de uma forma que o homem vive "armado contra o próximo". Os outros são ruins, os outros são egoístas, os outros querem te ou nos prejudicar; "seja esperto", "seja astuto", "não acredite nisso, não acredite naquilo", "nós somos bons, o resto não presta", e por aí afora.

Jesus veio dizer tudo ao contrário disso.

Você não cumprimenta o vizinho. Você olha torto para seu companheiro de trabalho. Tem ciúme ou inveja de seus irmãos de sangue. Você tem inveja ou ciúme dos seus "amigos". Você nem enxerga seu irmão, do seu lado na igreja (se é que vai à igreja),... E quer viver bem? Quer que as coisas deem certo? Impossível!!

Junto a tudo isso vem a chuva de "receitas de felicidade" que a mídia "ensina" através das novelas, telejornais e propagandas. E saímos feito cordeirinhos com tudo isso embutido em corpos e almas pequenas. Não há como ser feliz assim. O padrão de felicidade, as metas de se "conseguir a felicidade" que nos é passado é impossível de ser obtido. Simplesmente porque o que dizem que é felicidade para você e você acredita, não existe. Ela está nas coisas invisíveis. A infelicidade também.

O homem novo, a boa nova, que Jesus veio trazer é a ruptura com tudo isso. A conversão que tanto precisamos fazer é nesse sentido.

Como fazer? Mudando o pivô de nossas vidas: usando o Amor como pivô. Mas como estamos envoltos por camadas e mais camadas de coisas que nos paralisam, nos cegam, nos ensurdecem, nos calam, temos que usar sabedoria. Ficarmos alertas, atentos, termos estratégias para colocar o amor sustentando tudo em nossa vida. Já que não vivemos sozinhos, cada atitude, cada palavra, cada ação ou intenção, resvala em meu próximo e volta para mim. Se atiro pedras,... Se sou grosso,... Se não sorrio,... Se não abraço,... Se não dou amor,...

Precisamos transformar as coisas invisíveis ruins, nas coisas invisíveis boas. Precisamos transformar as coisas invisíveis boas em coisas visíveis boas. Isso é Amor. Só o amor faz isso.

Releia as leituras de hoje, com outros olhos. Abra espaço em sua mente (sabedoria) e em seu coração (amor) para armazenar um pouco do bom que está nessas boas novas. E descarte, jogue fora, esqueça um pouco daquilo que te faz mal, que você mesmo cultua e nem sabe que você mesmo é responsável pelo mal que te "acontece"...

Senhor, preciso que me invada. E com essa invasão, expulse de mim todo o mal que me impede de ver, escutar, falar e agir em prol de meu próprio bem, através do bem que eu faça aos de minha convivência, fixa ou esporádica.

Amém.

AEAD
Anunciadores do Evangelho
e do Amor de Deus