Que fazem os homens do Mestre divino, no campo das lições diárias?
Os ociosos tentam convertê-lo em oráculo que lhes satisfaça as aspirações de menor esforço.
Os vaidosos procuram transformá-lo em galeria de exibição, por meio da qual façam mostruário permanente de personalismo inferior.
Os insensatos chamam-no indebitamente à aprovação dos desvarios a que se entregam, à distância do trabalho digno.
Grandes fileiras seguem-lhe os passos, qual a multidão que o acompanhava, no monte, apenas interessada na multiplicação de pães para o estômago.
Outros se acercam dele, buscando atormentá-lo, à maneira dos fariseus arguciosos, rogando “sinais do céu”.
Numerosas pessoas visitam-no, imitando o gesto de Jairo, suplicando bênçãos, crendo e descrendo ao mesmo tempo.
Diversos aprendizes ouvem-lhe os ensinamentos, ao modo de Judas, examinando o melhor caminho de estabelecerem a própria dominação.
Vários corações observam-no, com simpatia, mas, na primeira oportunidade, indagam, como a esposa de Zebedeu, sobre a distribuição dos lugares celestes.
Outros muitos o acompanham, estrada afora, iguais a inúmeros admiradores de Galileia, que lhe estimavam os benefícios e as consolações, detestando-lhe as verdades cristalinas.
Alguns imitam os beneficiários da Judeia, a levantarem mãos-postas no instante das vantagens, e a fugirem, espavoridos, do sacrifício e do testemunho.
Grande maioria procede à moda de Pilatos que pergunta solenemente quanto ao que fará de Jesus e acaba crucificando-o, com despreocupação do dever e da responsabilidade.
Poucos imitam Simão Pedro que, após a iluminação no Pentecostes, segue-o sem condições até a morte.
Raros copiam Paulo de Tarso que se ergue, na estrada do erro, colocando-se a caminho da redenção, passando por impedimentos e pedradas, até o fim da luta.
Vinha de Luz