“Por
que olhas a trave que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no
teu?” (Mateus
7, 4).
Deus, hoje, tem uma ordem muito clara ao
nosso coração. A primeira ordem é justamente esta: não julgar. Nenhum de nós
tem o direito de julgar os outros, e todo julgamento é uma ação precipitada, é
envolto em fantasias, em incertezas e na nossa própria subjetividade que olha,
analisa e vê as coisas de acordo com os nossos próprios critérios e não como a
verdade como tal.
O juízo e o
julgamento pertencem a Deus, é Ele quem vê do Alto, quem vê a situação inteira,
por completo. É difícil não julgar, é difícil não omitir juízo, é difícil não
nos posicionarmos diante das coisas, dos fatos e dos acontecimentos. Mas aqui
não é questão de tomar posição contra ou a favor de alguém; é questão de julgar
de acordo com os nossos critérios e, sobretudo, emitir juízo sobre aquilo que é
a vida das pessoas.
Geralmente
quem julga não se enxerga. Muitas vezes, olhamos, analisamos a vida dos outros
e não reparamos na nossa própria vida. Quando vermos algo de errado com o
outro, quando percebermos que algo na vida dele não está correto, não está certo
nem é justo julgá-lo. A primeira coisa a ser feita é o que aquele velho ditado
ensina: “Colocar minha barba de molho”, ou seja, volto-me para dentro de mim,
olho como estou agindo e conduzindo a minha vida.
É a atitude
do homem e da mulher vigilante que primeiro olham para si mesmos, que
reconheçam suas fraquezas, seus próprios limites, suas próprias dificuldades, e
o critério de olhar o outro será diferente!
Quem não
conhece a si mesmo não tem capacidade para conhecer a ninguém. É do
conhecimento da matéria que somos, da fragilidade humana que é cada um de nós
que saibamos ter mais paciência e misericórdia em conhecermos de fato as
pessoas sem nos precipitarmos em prejulgamentos e juízos em relação às pessoas.
É necessário
um exercício diário de reparação! Reparar bem mesmo! Reparar as traves que
estão diante de nós que nos deixam cegos. Vemos a palha, o cisco no olho, vemos
os erros dos outros, mas os nossos enxergamos muito pouco. É um sinal de que
pouco nos conhecemos ou, realmente, pouco trabalhamos para nos conhecer como
precisamos e devemos ser conhecidos.
Quando não
julgamos não fofocamos nem falamos mal da vida dos outros. Quando não julgamos
ou não nos colocamos no lugar do outro não vamos formar preconceitos a respeito
da vida de ninguém.
Quem quer
seguir Jesus aprende com Ele a mais amar e cuidar do outro do que julgá-lo e
condená-lo!
Deus abençoe você!
Pe. Roger Araújo