Como é difícil não sermos orgulhosos e acharmos que sempre temos razão.
Como é fácil acharmos que os outros devem para nós.
Como é fácil encontrarmos erros nas coisas dos outros.
Como temos respostas rápidas para justificarmos nossas atitudes erradas... encontramos logo a culpa, fora de nós. Estamos sempre certos.
É tão difícil aceitarmos que estamos errados, do fundo do coração: muitas vezes "falamos" que aceitamos, mas no fundo é mais para sair da situação, acabar com a conversa; no coração mesmo, continuamos achando que o erro não é nosso.
É o apego à vida. A essa vida aqui. É uma visão curta das coisas. É uma visão de meta limitada. É um querer pouco da vida, por mais que queiramos. É um satisfazer-se com pouco, por mais que queiramos e por mais que estejamos conseguindo ou tenhamos já conseguido.
Tudo que se possa conseguir nessa vida, em termos materiais, em termos de notoriedade pessoal, profissional, e mesmo religiosa, se não for com amor e por amor, é pequeno, é nada para Deus.
A pessoa que não tem um tempo consigo mesma para conversar com Deus, que está dentro dela mesma, de uma forma constante, ininterrupta; e livre de ruídos de comunicação, jamais terá a visão aberta e ampla do Reino de Deus aqui na Terra. Terá sempre uma visão limitada pelos limites de quem a ensina ou ensinou. A abertura da visão ocorre por ela mesma: não é ninguém que consegue dar. É somente Deus. E somente com o contato direto com Ele, para Ele poder mostrar.
À partir da experiência do Amor de Deus, em termos de experimentar, provar, beber, comer, ingerir esse Amor; é que nossos olhos se abrirão, nossa mente se abrirá e, muito mais que isso: nosso coração se abrirá e a luz entrará. Tudo ficará pequeno, se olharmos para trás e tudo ficará grandioso se olharmos para a frente, para a nova visão; limpa, clara, desinteressada, desimpedida. E uma nova vida desabrochará. Uma vida onde não há nada a dar e nem a cobrar de satisfações, pois já não tem sentido isso. Uma vida onde não há nada a explicar e nem a cobrar explicações de seus atos ou dos atos dos outros, pois já não tem sentido isso. É o amor puro e pleno.
É o desapego de tudo. É a vida simples e pura, livre. É a vida onde você vê o "arco-íris". Você sabe onde está o pote do tesouro e caminha em sua direção...
O difícil é viver nesse novo mundo convivendo no velho mundo, pois as pessoas constantemente vão querer amarrar-lhe no velho mundo, exigindo de você coisas sem sentido no mundo novo. A oração, a contemplação de Deus em você através do recolhimento constante manterão você com a fé firme e inabalável para suportar essa gente. E o seu procedimento, a sua conduta, a sua serenidade, a sua paz de espírito será o principal ponto que vai obrigar a pessoa a respeitar e se curvar. E começar a querer entender essa nova vida: a verdadeira vida que o Evangelho traz, que Jesus traz todos os dias.
Senhor, peço-lhe força, firmeza e calma para poder viver segundo as regras impostas pelos homens, pela sociedade. Quem sabe assim, conseguirei transmitir um pouquinho daquilo que o Senhor deseja que saibamos.
Amém.
AEAD
Anunciadores do Evangelho
e do Amor de Deus