Pai Misericordioso, não permitas que eu me iluda, buscando uma pureza exterior, quando a que Te agrada é a que provém do meu interior.
Amém.
Coleção de textos extraídos da Bíblia, livros, pesquisa na Internet e da sabedoria de pessoas e colaboradores que agregam valor à vida. Para reflexão, pensamento, entendimento e apoio. Sempre respeitando seus autores.
Pai Misericordioso, não permitas que eu me iluda, buscando uma pureza exterior, quando a que Te agrada é a que provém do meu interior.
Amém.
Amados irmãos e irmãos, a Palavra de Deus, que vem hoje ao nosso encontro, é um convite para estarmos preparados, vigilantes e atentos. Este é o comportamento do bom soldado!
Veja que um soldado, um vigilante quando atento, não fica guardando a casa, vigiando a casa somente na hora em que ele assume ou quando vai deixar o posto. Ele faz isso em todos os momentos. Ele não sabe a hora em que pode acontecer um imprevisto, não sabe a hora em que vai aparecer este ou aquele assaltante, por isso ele mantém a guarda, mantém a vigilância; mesmo que hoje não tenha acontecido nada, amanhã não aconteça nada nem depois de amanhã aconteça nada de diferente, a responsabilidade dele é estar sempre vigilante e atento.
Isso vale para a vida de cada um de nós! Não podemos viver achando que a nossa vida durará uma eternidade. “Não sabemos o dia nem a hora”, quando falamos assim não é que Deus virá e tirará nossa vida e iremos de forma surpreendente embora. Os imprevistos acontecem, pode ser que duremos bastante tempo aqui, mas se cuidamos da nossa vida a cada dia, não precisamos nos preocupar se vamos morrer hoje ou amanhã ou se vamos morrer daqui a cem anos.
O importante é vivermos bem a cada dia, vivermos intensamente a cada dia. Na verdade, não podemos viver a vida de qualquer jeito, levá-la num improviso, jogando para lá e para cá. Cada dia precisa ser o único dia da nossa vida, precisa ser único, especial, cuidado com a delicadeza que cada momento da vida precisa.
Para isso, a primeira coisa a fazer: vamos parar de acumular lixos ao redor nós, dentro do nosso coração. Quem vive com o coração entulhado de coisas não resolvidas, mágoas acumuladas e perdão não dado, vai simplesmente embromando a vida. E olhando ao nosso lado e ao nosso redor, quanta coisa temos que não serve para nada, não presta para nada! Vamos apenas guardando sem saber quem as vai usar. Nós não precisamos disso, não podemos deixar trabalho para quem vai depois cuidar de nós ou assim por diante.
Precisamos a cada dia viver bem o momento presente, não podemos ser pessoas do improviso, precisamos a cada dia estar preparados para desfazer nossa tenda na terra para viver na tenda que o Senhor preparou para nós no céu!
Se estamos com tanta coisa mal resolvida dentro de nós ou fora de nós – o Senhor virá nos buscar ou iremos ao Seu encontro – e vai ser difícil encontrá-Lo porque estaremos presos a tantas coisas.
Que Deus nos ensine o caminho da prudência, que nos ensine o caminho da vigilância para estarmos, a cada dia, mais bem preparados para irmos ao Seu encontro!
Deus abençoe você!
Pe. Roger Araújo
Os padres da Igreja, na sabedoria deles, ensinam-nos que, todas as vezes em que nos colocamos em oração, a primeira disposição que devemos buscar é a graça de perdoar. Quando perdoamos, a oração em nós flui com mais eficácia, é mais frutuosa e traz bênçãos a nós.
No entanto, muitas vezes, vamos precisar muito da oração para ter a disposição de perdoar, porque humanamente não conseguimos perdoar. Para isso temos de reconhecer que o nosso coração está inflamado pelo orgulho e pela soberba, e está ferido, machucado e decepcionado. Tendo em vista que o perdão não é uma coisa automática por meio da qual apertamos um botão e liberamos o perdão. Quem dera fosse assim! Nós não somos máquinas, somos pessoas humanas, afloradas por sentimentos, por coisas boas, mas também por marcas ruins. Por essa razão, se não fizermos a purificação do nosso interior, da nossa lembrança, da nossa memória e do nosso coração, realmente nós não saberemos perdoar a quem nos machucou e nos feriu.
Na oração, procuramos nos libertar das lembranças negativas que aquela pessoa e as situações causaram dentro de nós. Muitas vezes, nós ficamos recordando coisas azedas e estragadas que entraram em nosso coração e nos lembrando do tanto que determinada pessoa significa de negativo e de mau para nós, mas o problema não está nela, mas sim no mal que a deixamos fazer ao nosso coração. O mal que ela fez foi externo, mas internamente o assimilamos, o acumulamos e o guardamos, por isso o nosso coração fica pesaroso.
“Livra-nos, Senhor, do mal”, nós suplicamos na oração do Pai-Nosso. E um dos males dos quais o Senhor quer nos libertar é o mal de assimilar, guardar e reter coisas ruins e estragadas. A graça que precisamos, a cada dia, é de todos os dias sabermos perdoar; e perdoar significa resguardar, guardar, querer bem nossa saúde e o nosso bem-estar.
Só o perdão dado, decidido, buscado e orado pode sanar, sarar e salvaguardar o nosso coração dos males deste mundo! Não é somente o outro que precisa do nosso perdão setenta vezes sete, é o nosso coração que – para ser pleno e para estar junto de Deus e viver as virtudes – precisa a cada dia da graça do perdão!
Deus abençoe você!
Pe. Roger Araújo
O maior no Reino dos Céus é aquele que se parece com uma criança, pois – o pequeno ou a pequena – ela ocupa um lugar central no Evangelho. Primeiro, porque todas as crianças, quanto mais crianças forem, tanto mais abençoadas e comunicadoras da graça de Deus passam a ser. Ao passo que, quanto mais crescemos e quanto mais adultos nos tornamos parece que mais nos afastamos do Reino dos Céus.
No entanto, isso não é para nós um relaxamento no sentido de que devemos ser pessoas infantis. Não, não é isso, pelo contrário, precisamos ser pessoas adultas e maduras a ponto de descobrir que existe uma criança dentro de nós e que esta não pode morrer. Esta criança precisa estar viva dentro de nós, porque foi no nosso ser criança que a graça de Deus entrou em nós.
Alguns elementos na vida de uma criança tornam a nossa vida humana mais sadia, mais plena e mais agraciada. O primeiro [elemento] deles é a simplicidade, porque a criança é muito simples e não tem a cabeça complexa, como é a cabeça dos adultos, cheia de intempéries, de gostos e contragostos. Criança sabe ver o mundo de modo mais simples e descomplica aquilo que nós complicamos.
O coração de uma criança é humilde. Ela precisa de colo, de aconchego, de cuidado, não se faz de arrogante, nem se faz de que “tudo sabe e tudo pode”. E por mais que esperneie de um lado e de outro a criança é sempre dependente do pai e da mãe. Como precisamos, com elas, aprender a ser dependentes de Deus e a ocupar o nosso lugar no colo e no coração de Deus!
Toda criança é pura e não sabe misturar a maldade, ela não é contaminada pelos vícios, pelas impurezas e pela malícia deste mundo. Pouco a pouco, a vida foi introduzindo entre nós o tempero da maldade e da malícia. E como a vida adulta é cercada destes elementos! Se quisermos entrar no Reino dos Céus, nós precisaremos resgatar os valores de uma criança dentro do nosso coração.
Que Deus tempere o nosso coração com a simplicidade, com a humildade e a pureza de uma criança para que não percamos o Reino dos Céus!
Deus abençoe você!
Pe. Roger Araújo
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Sim, a verdade dói, nos tira de nós mesmos e preferimos, muitas vezes, ignorar tal verdade e tal realidade. Muitas pessoas já deixaram de ler a Palavra de Deus porque ela incomoda, toca, cutuca e ilumina realidades da nossa vida que nós, muitas vezes, preferimos deixar de forma obscurecida.
Da mesma forma, muitos não gostam de ouvir determinadas pessoas porque estas vão lhes dizer uma verdade que os vai incomodar. Permita-me dizer uma coisa ao seu coração: a verdade precisa nos incomodar e nos tocar! Nós não podemos ficar fechados como se estivéssemos embrutecidos para a realidade e, assim, morrer na ignorância e na escuridão.
Herodes sabia que o que João Batista falava era verdade e isso lhe doía ao coração, pois ele estava com a mulher que não era sua, era a mulher do seu irmão [Filipe]. Ela também sabia dessa verdade, por isso muito a incomodava a presença de João Batista. Por isso ela [Herodíades] cobrou muito caro: a cabeça de João Batista; ela recebeu num prato a cabeça daquele mártir da verdade e da fé (cf. Mt 14, 8).
Muitos “Joões Batistas” por este mundo afora continuam perdendo a cabeça porque anunciam a verdade, denunciam o erro e não se acomodam diante das situações escandalosas da vida e daquilo que é errado.
Nós não precisamos apontar o dedo para este ou para aquele, não precisamos acusar ninguém, mas não podemos ser coniventes com aquilo que não é correto, não podemos ser coniventes com aqueles que querem viver a vida enganando, ludibriando ou vivendo duplicidade como se nada estivesse acontecendo.
A misericórdia anda de mãos dadas com a verdade e a verdade anda de mãos dadas com a misericórdia. Nós devemos ter misericórdia de todos, mas jamais deixar de lado a verdade! A misericórdia só será verdadeira e profunda quando for iluminada pela luz da verdade!
Jesus Cristo – o caminho, a verdade e a vida – é a luz da misericórdia divina para os nossos corações!
Deus abençoe você!
Pe. Roger Araújo